sexta-feira, 24 de julho de 2009

LIMITES: DISCIPLINA NA MEDIDA CERTA

Em minha ultima postagem falei sobre a adolescência e a questão dos limites necessários a esta fase da vida. Pois bem, não é tão simples assim saber qual a medida destes limites que se pretende impor aos filhos.
O tão falado limite, e aqui podemos chamar também de disciplina, nada mais é do que um conjunto de regras éticas utilizadas para atingir um objetivo ou um resultado com menos recurso e em menos tempo. Portanto, os limites irão também desenvolver na criança/adolescente competências para a vida adulta.
Esse conjunto de regras pode ser obtido simplesmente pelo treino; adquirido pela experiência; aprendido por intermédio de alguém que atue como professor ou ainda absorvido pela imitação de um mestre – alguém que ultrapassa o limite de transmissor de conhecimentos e cativa a admiração e respeito. Aqui é importante observar que principalmente as crianças aprendem muito mais a partir do que observam nas atitudes dos pais, professores e outros adultos do aquilo que estes dizem que deve ou não fazer.
Deste ponto de vista ser um modelo prático daquilo que se quer que os filhos aprendam e sejam no futuro é o melhor caminho para se conseguir o que se quer. O velho ditado “faça o que eu digo, mas não o que eu faço”, não funciona quando a questão são os limites e as regras para um filho. E é bem simples entender o porquê, os pais são os modelos de adultos para as crianças e adolescentes; desta forma irão se espelhar no que fazem e em como agem. Sendo assim se você cobra alguma ação de seu filho, esta tem que estar demonstrada em seus atos. Por exemplo: você quer o respeito de seus filhos, mas não tem a menor paciência com seus pais que já são idosos, briga com eles ao telefone e fala coisas desagradáveis sobre as cobranças que eles fazem a você na frente das crianças. Como pode querer que seus filhos tenham uma atitude diferente em relação a você?
Outro erro é colocar regras simplesmente “por colocar”, não discutir, não explicar as crianças o porque de se estar pedindo determinada coisa a elas. È importante para a criança e para o adolescente entender o motivo da regra, da proibição ou do limite de horário para chegar em casa. Quando estas coisas são colocadas evidenciando a preocupação e o amor embutidos nestes atos, fica mais fácil obedecer. Por exemplo: você “pega no pé” dele para tirar boas notas, não porque você é chato, mas porque se preocupa com o futuro dele, afinal ele irá crescer, se decidir por uma carreira e o que esta aprendendo hoje vai ser muito útil para que seja bem sucedido neste caminho.
E por fim retomo o que disse na ultima postagem: È preciso ter a justa medida quando se trata de limites - nem o autoritarismo nem a permissividade. Como disse há um equívoco no pensar que liberdade ilimitada em nome da democracia é mais educativa, isto pode criar o caos no desenvolvimento desse indivíduo, uma vez que crianças e adolescentes, via de regra, não possuem dentro de si discernimento, juízo e capacidade necessária para fazer bom uso da liberdade ilimitada. Por outro lado pais demasiadamente autoritários deixarão somente duas opções ao jovem: conformar-se ou rebelar-se. Mais fácil seria se os adultos conseguissem um equilíbrio entre ser coerentemente indulgentes e coerentemente firmes, sem tocar os dois extremos; aplicando leis de modo ponderado. Aqui cabe uma fase de alguém que aparentemente não tem nada haver com educação:. “hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás (uma das frases mais conhecidas de che guevara - É preciso endurecer sem jamais perder a ternura). E é bem esta a medida que os pais deveriam encontrar : a firmeza daquilo que se espera da criança ou do adolescente, com o amor e a ternura que eles representam enquanto preocupação com o bem estar e o futuro dele.

Maria do Rosário Teixeira de Aquino

CRP 06/93348